A calçada
A calçada
Para mais não serve
Do que ser pisada
Uma e outra vez.
Tal e qual um escravo que é chicotiado por seu capataz
Por um erro que não cometeu.
Vale-lhe que não sente.
Que ela dura ao mundo se deu.
Que um conjunto de pedras a fez
Bela e inconsciente.
Morta a nascença
Nem tantas pedras juntas lhe dão vida
Nem mesmo uma vida
como aquela que encontra-mos sem graça
Nas ervas bravas que nascem sorrateiras
Entre as suas frinchas e beiras.
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