quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Rua escura



Rua escura

Rua escura...
Te sinto fria.
Sem cara.
Em ti quem me guia?...
A luz de teu fim?
Ou aquela atras de mim?

Cheiras a mistério,
Como eu cheiro  a confusão.
Sigo assim um rio...
Perdido em ti e em mim.

(Na tua escuridão estou perdido.
Mas so perdido me encontro.
Por isso meus passos te cedo.)

Medo não  sinto.
O teu silêncio da-lhe colo.
Meu coração não o tenho perto.
Pois tu não tens onde pô-lo.

(Em ti, meu coração so teria lugar,
Numa da tuas pontas a brilhar.)

 Aqui tudo o que voa...
Voa baixinho.
Apalpando caminho.
Apalpando-te à toa.

Tu és passagem em bico...
Onde passo e não fico.
Desabafo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Minha guitarra


Minha guitarra

Quantos segredos guardas tu minha guitarra.
Desta minha mão que te agarra.
Te toca.
Que a cada toque em ti, é minha boca.

Não te sei tocar.
Mas tu sabes minha musica.
Sem calma,
Encontramos pedaços da minha alma.
Numa nota
Por ti solta
No meu ar.

Deixa-me so continuar.
Enquanto continuar faz sentido.
Enquanto o mundo gira perdido...
Eu encontro-me contigo.


domingo, 18 de setembro de 2011

Saudade


Saudade

 Foco a minha visão no nada.
Vendo lá longe, e tão perto...
O vazio com claridade.
Sentindo este sentimento de falta,
Que se chama saudade.

Ai!...saudade.
Sinto um espaço por ocupar.
Uma parteleira despida.
Sinto ar...
Num buraco á medida.
Sinto saudade!

Sou um sem nada.
Que dança sozinho,
Ao som do vazio de uma balada.
Danço como vivo...
A todos vós vos digo:
Sou um sem nada!
Que vivendo...
Vivo sentindo saudade!

Pássaro saindo do ninho


Pássaro saindo do ninho

Pareço um pequeno pássaro
Saido do ninho.
Que bate as asas tempo raro,
E cai com o seu remoinho.

É tão facil sair,
Como cair.
E bater no ar,
Com penas por desenhar.
Agora ganha esta partida,
Apenas quem conseguir voar!

Tudo não para
Apenas porque quero ir.
A vida bate-me na cara,
Gritando-me para partir.

A pressa, tem pressa...
E apressa!
Uma mão me empurra.
Outra segura a cabeça.
Digo-lhe que tenho os pés na terra...
A vida diz-me que o sonho se faça.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Portuguesa


Portuguesa

Minha lingua materna.
Eterna…
Como qualquer mãe.
És dificilmente compreendida.
Mas a beleza também o é.

És portuguesa.
És portugal.
Esta terra erguida entre ti,
E teu plural.

Sabes bem ao ouvido.
Macia como és.
Nada em ti esta perdido.
Linda da cabeça aos pés.

És rima
Bem afinada.
O mundo prima,
Pela sorte de te ter cantada.

Faço-te a venia...e estendo-te a passadeira vermelha.
A  ti Mãe que de tão velha,
Tens filhos que ja não te podem falar.
Mas que não se fartaram de louvar.
E se fizeram grandes
Ao saber contigo brincar.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ao som do piano


Ao som do piano

Ao som do piano,
Não se vão os males.
Que engano.
Apenas vem o deprimento que tento,
A todo o tempo.

Não me deixo voar.
Vejo-me cair.
Compasso a compasso...
Perco passo.
Fico entre o ir e ficar.
Vendo tudo partir.

Se paro o piano... paro a mão.
Toco o chão .
Estou perdido.
Sem sentido.
Sem motivo.
Assim porque digo que vivo?

Mas é certo que so assim me vejo.
E a vida beijo,
Mesmo não sabendo beijar

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Num mesmo olhar


Num mesmo olhar

Não me procures onde estou.
Porque não sou eu.
Olha-me e vê onde vou...
Sem mexer uma perna.
Se me encontra-res...
Serei verdade em cena.

(Não te procuro, ao ver-te...
Mas, ao ler-te.
Se entre milhares,
Encontrar a tua palavra...
Estare-mos cara a cara.)

Olha onde deves!
Pois o maior encontro,
É  feito sem amparo,
Num mesmo olhar.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Lágrimas



Lágrimas

Minha alma chora saudade.
Mesmo antes do corpo partir.
Do lugar, onde a amizade,
Não deixava, fazer mais do que rir.

O tempo tinha qualidade.
Sentia-me completo.
Mas a vida fala a verdade,
Melhor que ninguém. É certo!

Bato o pé.
Seguro a alma.
Tento a calma.
Mas o meu tempo não faz mais, que desaparecer.

Haja quem saiba ler,
As lágrimas que deito.
Por amigos do peito,
Que tenho de ceder...

Flor Única




Flor Única

Rejubila!
Tal é seu sorriso.
Contagia!
Sem explicação, faz magia.

Menina nada mais preciso,
Do que ver flor tal,
Assim florescer.

O ar,
Já tem teu perfume.
Minha cabeça teu nome.
Meus olhos teu florescer.

O mundo caminha agora,
Para a hora,
Em que não te posso perder.

domingo, 4 de setembro de 2011

Porquê?


Porquê?

Entras-te sem eu saber por quem.
Estas sem eu saber porquê.
Mas sabes tão bem,
Que o resto pouca importância tem.

Agora que não te vejo,
Procuro-te.
É demais o desejo.
Tudo és tu, ou uma tua parte.

Porque é que chegas-te e partis-te?
Porque é que tocas-te e fugiste?

Porque é que sou assim o alvo,
De uma seta,
Que me espeta e não espeta?
Gostaras tu de me ver sangrar?

Isto é divertido...
So para  quem não sabe
Onde a diversão cabe.

Brincadeiras que magoam...
Porque não custa deixar-se levar,
Por encantos que ofuscam,
Até mesmo o mais conhecido  brincar.