terça-feira, 30 de agosto de 2011

Deserto


Deserto

Nada longe.
Nada perto.
Deserto.
A dor ruge.

O cerco aperta,
No meio do nada.

De coisa alguma,
Pude-se eu fazer uma.
E turna-la moleta.

Pois neste caminho,
Rei sozinho...
Reina parado.
Moinhos de razões,
Vindos a tiros de canhões.

E escorre lagrimas que se perdem.
Pois nada as guia.
Nem os ventos as querem.




Guardei-te


Guardei-te


Peguei numa imagem tua
Para guardar com carinho
Naquele cantinho
De coisas que perdi.

Junto-te a tudo o que vi
E me deu algo a ganhar.
E esta agora numa rua
De onde nao pode voltar.

Dou passos para longe de ti
Para perto de mim
Mas nunca o longe é tao perto
Quando nao se para o pensamento.


domingo, 21 de agosto de 2011

Ela


Ela

Sabe que é
Mas e-lo naturalmente
A sua simplicidade irradia beleza
Sem esforço ou precedente
A sua inocencia morre e volta a nascer
A cada piscar de olhos.
O seu sorriso faz rolar cabeças a arder
Em torno de um sonho  real.

O medo de ter
Bate-se com o medo de nao mais ver.
Todos os tremores a mais sao loucos
Mas sao poucos.

Os momentos sao breves
As palavras sao poucas
Talvez um dia pares
E eu pare tambem
E sem mais nada nem ninguem
Queiras esticar a corda ao tempo
Para  levar as nossas almas muito mais longe que o nosso corpo.





sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Tenho uma paixão


Tenho uma paixão

Acariciei-a.
E ela a mim, me acariciou.
Dei-lhe a mão e beijei-a,
E ela suspirou!

Peguei numa palavra para lhe dizer,
E ela estranhou.
Disse-lhe: Entra!
E ela contente entrou.

Por meu coraçao fomos andar.
Ela dele tanto gostou,
Que quis la ficar!

Agora tenho uma paixão,
Bem dentro de meu coração.
Ela gosta de la estar!
Eu gosto de la a sentir!
Enquanto assim se andar...
Nada nos fara partir!

Espelhos de agua


Espelhos de agua

Sao mudos
Que calam mundos
Porque choram verdade!

Tao transparentes
Quanto as gotas que brotam destes.
Sao certeza de verdade, mostrada discretamente
Em duas meninas que dançam sentimentos!

Sublimes anjos
Que flecham mentiras
Com humidos beijos!

Meus espelhos de agua
Com verdade nua
E beleza sem modos.
Quem os souber ler,
Quando me quiser ver...
Que me venha olhar pr'os olhos!

Eu esperava por ti


Eu esperava por ti

Eu esperava por  ti
Se fosse de esperar
Por coisa alguma
Que algures foi mais do que meu ar.

A ilusao a que se acustuma
Quem ama
Foi aquela que parti.
E hoje enganado
Sinto-me livre.

Nao ha nada que nos pare
Na altura de a partir.
Mas tb nao ha nada que nos segure
Na altura de a descobrir.

Somos levados ao seu colo como pirralhos
E traidos como cascalhos.
Baralhando e dando
Vejo o resultado e digo:
Depois de traido nada mais e esperado.
Tudo é passado.


Se o gosto fosse independente


Se o gosto fosse independente

Se o gosto nao depende-se do toque
Tudo viria a reboque
De uma abertura saudavel.

Era a facilidade junta com a simplicidade
Sem vaidade
Assim credivel
Por ter apenas a vontade
Como elo invisivel.

Falaria-se verdade.
Iria-se ver  transparente.
Entre todos os gostos sem idade
O prazer viria ate mesmo do nada.

domingo, 7 de agosto de 2011

Fim de uma maré


Fim de uma maré

O mar esta bravo.
O vento esta forte.
Eu estou calado.
Hà um pronuncio de morte.

A mulher chora.
O barco vira.
O tempo muda.
Hà agora uma despedida.

O limite atingiu-se.
O vazo imperfeito, partiu-se.
Morreu na sua hora.

O luto cobre a cara.
Houve-se um toque triste.
O palido ai existe.

Chama-se de fim.
Mas vesse o principio.
Acabou uma maré.
Logo vira outra, sem que algo lhe bata o pé.

Estes porquês


Estes porquês

Porque a falta traz saudade
Saudade sinto.

Porque o vazio peca por vaidade...
De nariz erguido ao mundo minto
Quando chorando, a ele me rio.

Porque sou vadio e vagueio
Devagueio.
Para mim nao ha passeio...
Que o seja.
Pensar e a deixa que o esponja.

Porque manco
Nao onde devia
A deus foi franco
Quando lhe disse que nao o via.

Porque me amam
E eu nao sei amar
Tudo rosas foram
Enquanto eu nao lhes foi tocar.

Porque os porquês, se seguem de “eu”.
E eu estou cansado de mim.
Todos os porquês ficam bem num jardim,
Se ele estiver longe de mim.

Dois...um sopro


Dois...um sopro

Certas vezes leve, fresco e suave.
Outras,
Porem raras,
Duro, forte e severo.

Tal e qual o homem,
Não é certo.
A maioria das vezes faz bem.
Outras nem esta perto.
E quanto mais longe vai,
Pior dos seus estragos se sai.

O vento e o homem,
Da natureza são forças.
As duas parecidas,
São a mesma num sopro!

Destino


Destino

O repentismo do acaso
Ou chamado destino
Mudera-me o riso.

Nao fazer ideia.
Nao imaginar.
Ter sem pedir.
Dà que pensar.

Este tempero que a vida tem,
Faz-nos andar num vai e vem.
Porem no desnorte sentido,
Esta o sentido de tudo.

A chave é aceitar.
Sorrir e caminhar.


Descrição do nada


Descrição do nada

Faltam-me palavras.
Coitada de ti caneta, que não mais lavras,
Que pontos sem sentido.
Numa folha, ja com seu tracejado.

Estas coisas vindas sem significado,
São quebra-cabeças.
Um muro de pedras esguiças.
Duro de roer quanto mais é pensado.

Estou para o escrever,
Desde que se deu a ver.
Este mal sem nome.

Cobre-se com o silencio que come.
Espelha-se na inquietude que provoca.
Se for a ver bem, talvez seja pedra oca.

Deixai-me estar


Deixai-me estar

Parti sem lugar...
Sem lugar para onde ir.
Querendo... foi indo...
Indo... a ir...
Andando, sem saber por onde andar.

Agora estou perdido.
Deixai-me estar!

Se so posso fugir,
Enquanto estou a sonhar.
Deixai-me a dormir!
Deixai-me a voar!

Dar vida


Dar vida

Sentimentos em sonhos....
Inalcançaveis.
Um quadro pintado de impossiveis.

Assim, apetece nao sentir.
Por melhor que seja.
Entre todo o sentimento que se deseja,
Ha sempre algum impossivel de seguir.

Ai, tranca-lo em palavras,
É a unica forma de lhes dar-mos vida.

Depois, o eterno existe.
Um alivio, enche-nos o ego.
E o sentimento cego,
Passa a ver, e a ser visto.

Certezas inexistentes


Certezas inexistentes


Nao existe certezas…
Existe confiança.
Sentimento seguro na dança...
Pela mão de quem temos como par.

Nao exintem rezas,
Que nos valham para acreditar.
Existe um vento forte,
Que nos leva a aceitar.

Encanto lindo.
Partido, por se pensar certo.
Tudo o é,
Enquanto, não deixar de o ser.

Tudo nao é mais do que crença.
Ri a criança,
Que descobre o mundo.
Chora o adulto,
Que descobre na desiluzão,
Que todas as certezas, são em vão.

Calvario de quem te ama


Calvario de quem te ama

Viste-me, e adoras-te!
Pregado na tua cruz.
Com os meus sentimentos por ti nuz.
Brilhando a tua luz!

Ris-te te,tu,entao,por teres outro
Com voz para o teu coro,
De papagaios loucos.
Que te pousam, e cantam no ombro.

Vais,assim,pois,aos poucos
Sendo o calvario,
De cegos, Deuses que amam
Uma santa sem santuario!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Brincaria ao pião


Brincaria ao pião

Brincaria ao pião,
Com gosto e afinco.
Mas não brinco.
Deixo-o p’ro meu coração.
Pois suas voltas, vencem as minhas.

Basta-me sentir-te


Basta-me sentir-te

Estou tao perto do abismo.
E sò me apetece saltar!
Danço sobre espinhos, porque me quero espetar.
Quero provocar um sismo!
Sò para propagar a dor,
A dor, que me vai matar.

Sei que tu me podes ajudar.
Dando-me aquilo, que me prometes-te dar.
Sabes bem que tua mão vai bastar,
Para me segurar.

Porque basta-me, te sentir.
Basta-me, ver-te longe.
Para eu longe...
Longe nao ir.

Sò me da vontade de partir.
Partir o mundo e cair.
Estender-me muribundo.
Choràr, choràr, choràr...
Afogar-me e afogar meu mundo,
Com as làgrimas de quem nao foi digno de se amar.

Mas tu sabes que podes segurar,
Este barco à deriva.
Basta deitares a ancura ao mar.
E amar.

Porque basta-me, te sentir.
Basta-me, ver-te longe.
Para eu longe...
Longe nao ir.

Porque basta-me, te sentir.
Para eu longe...
Longe nao ir.